Diante os planos ambiciosos do governo para a retomada dos cursos presenciais, veja a opinião de especialistas sobre como este retorno funcionaria na prática e se vale ou não a pena para sua instituição de ensino
O plano de volta às aulas divulgado há algumas semanas pelo governo de São Paulo prevê um retorno com apenas 20% dos alunos, tanto na educação básica como na superior, em setembro de 2020. A proposta vem sendo discutida pela Secretaria da Educação da gestão João Doria (PSDB) com entidades representativas de secretarias municipais, escolas particulares e de instituições de ensino superior públicas e privadas.
No final de abril, o secretário Rossieli Soares, inclusive, já havia anunciado que a volta ocorreria com rodízio de alunos e começaria pela educação infantil. Posteriormente, estudantes de ensino fundamental e médio iniciariam a retomada para a sala de aula. A reabertura das escolas, no entanto, seria condicionada ao aval da área da saúde e ocorreria de forma gradual e regionalizada.
Pensando em como auxiliar a sua instituição de ensino neste período de planejamento de retomada, uma vez que a previsão de retorno é para o mês de setembro, resolvemos compartilhar informações sobre o plano do governo João Doria, bem como a opinião de gestores de instituições de ensino. Confira a seguir:
Retorno a normalidade: plano de retomada considera rodízio de estudantes
O plano de retomada divulgado pelo governo prevê um retorno dividido em três diferentes fases.
A primeira delas prevê o retorno de 20% dos alunos a partir de setembro. Já na segunda fase, um grupo maior de estudantes poderia voltar, até uma reabertura mais ampla para a terceira fase.
Algumas sugestões levantadas por gestores de instituições de ensino, caso pudessem exercer autonomia para decidir como seria o seu processo de retomada, levantaram a hipótese de um rodízio por meio do qual os estudantes poderão ir à instituição de ensino uma vez por semana: a cada dia útil, um grupo diferente de 20% de alunos frequentaria as aulas presenciais, dando a todos os matriculados a possibilidade de frequentar o campus semanalmente.
Com a autonomia para decidir, outras instituições de ensino, por outro lado, poderiam decidir que voltem só os alunos do primeiro ano, ou os do último, ou apenas os que têm atividades práticas para realizar.
De acordo com o plano, alunos e professores teriam que usar máscara e ficariam separados pela distância de uma carteira escolar. Uma das possibilidades sob estudo do plano é submeter todos os docentes e funcionários a teste para diagnóstico do coronavírus.
Vale a pena voltar os cursos presenciais só com 20% dos alunos?
Marcelo Ganzela, Coordenador do curso de Letras do Instituto Singularidades e integrante do comitê de retomada das aulas presenciais da instituição, comenta que, antes de mais nada, a universidade realizou uma pesquisa com os colaboradores, professores e estudantes, para entender as características do perfil de todos durante a pandemia e também, identificar os pertencentes ao grupo de risco, quem vive com pessoas do grupo de risco, quem já foi testado positivo, quem convive com quem foi testado positivo, quais são os sentimentos em relação a pandemia, para só então, a partir desses dados, entender as necessidades reais do retorno presencial.
Além do mais, Ganzela comenta que houve um grande investimento no ensino remoto e que a instituição pretende realizar o próximo semestre e fechar 2020 na modalidade. O retorno ao presencial, dependerá da contenção da pandemia.
“Estamos trabalhando com o cenário de ir até o final do ano no ensino remoto, para que não tenhamos pressa para pensar no retorno. Munido dos dados levantados por meio da nossa pesquisa, temos levantado os protocolos de segurança dos órgãos oficiais e desenhado um projeto para o possível retorno presencial, que aconteceria primeiro pelo administrativo, dois meses antes do retorno dos estudantes, por fases e porcentagens. Utilizaríamos o modelo de revezamento para realizar o rodízio de equipes, até o retorno de fato, à normalidade.”
Medidas preventivas que devem ser tomadas para o retorno dos cursos presenciais no ensino superior
O Ministério da Educação (MEC) preparou um Protocolo de Biossegurança para oferecer condições mínimas para a retomada das aulas em universidades e outras instituições de ensino. O documento define os cuidados que devem ser tomados para evitar a propagação do coronavírus nas 69 universidades federais e nos 41 institutos federais do Brasil.
As recomendações valem para espaços como salas de aulas, laboratórios e demais áreas comuns e estabelecem distanciamento de 1,5 metro entre mesas e cadeiras e a medição da temperatura de alunos, professores e funcionários.
O MEC orienta ainda que as instituições de ensino dispensem todos os estudantes e servidores que fazem parte dos grupos de risco do coronavírus, como pessoas com diabetes ou hipertensão.
Outro cuidado a ser tomado é o reforço de limpeza de superfícies nesses locais, como corrimãos, bebedouros e catracas. Ao mesmo tempo, nos casos que forem possíveis, a prioridade é adotar aulas virtuais.
O futuro chegou
Mesmo em tempos de crise, antecipar o planejamento estratégico da sua instituição de ensino perante os últimos acontecimentos do mercado, é essencial. Seu time precisa estar bem informado sobre o que acontece e minimizar, por meio de ações eficazes, as consequências e impactos negativos. Portanto, atente-se às tendências e destaque a sua instituição de ensino da concorrência. A hora é agora.
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