Descubra quais os fatores que mais impactaram o setor em 2019 e quais são projeções do mercado educacional para 2020
O setor privado da educação é relativamente novo no Brasil. Apesar disso, seu crescimento revela um cenário competitivo e em constante transformação. Dessa forma, para exercer uma gestão assertiva e de resultados é fundamental conhecer as projeções do mercado educacional.
Diversos contextos influenciam o setor e, a cada ano, muita coisa pode mudar. Fatores como negociações de grandes grupos, alterações em regulamentações, avanços tecnológicos e crises econômicas afetam diretamente o mercado.
Conversamos com especialistas para revelar as projeções do mercado educacional para este ano. Descubra quais são as apostas para 2020.
As principais mudanças no setor educacional brasileiro em 2019
Nos últimos anos, a instabilidade econômica do país afetou o setor, mas não impediu seu crescimento. No entanto, é necessário relembrar três dos principais episódios que impactam as projeções do mercado educacional para 2020:
- Novo Ministério da Educação (MEC): a troca de governos e de equipes de ministérios muda toda a forma de gestão das pautas sobre educação. É fundamental que os gestores mantenham-se atualizados sobre as decisões que impactam seu mercado;
- A crise e as mudanças no Fies: o maior programa de financiamento estudantil do país enfrenta uma crise e passa por uma reformulação. O esvaziamento de matrículas no ensino presencial e o alto índice de inadimplência dos alunos consolida alguns dos desafios de 2020;
- Legislação que expande o ensino híbrido: em 2018, o MEC atualizou parte da legislação que regulava o EaD. O Governo aumentou para 40% a carga horária máxima permitida para aulas à distância na graduação. Em 2020, o desafio é colocar este novo modelo em prática.
Por que é fundamental entender as projeções do mercado educacional?
Para falar sobre as projeções do mercado educacional em 2020, o blog entrevistou o especialista Luciano Sathler. Ele é membro do comitê científico da Associação Brasileira de Educação à Distância (Abed), e também é Reitor do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix.
De acordo com ele, as projeções são maneiras de prever cenários econômicos e estimar resultados de mercado. Portanto, elas são essenciais para a gestão de custos e a tomada de decisões assertivas.
“A sociedade demanda novos perfis profissionais e isso evidencia a necessidade da educação continuada e novas relações com a tecnologia. As projeções são baseadas em movimentos globais e também em acontecimentos locais. O gestor precisa pensar em como cada mudança afeta sua instituição e na maneira de construir posicionamentos estratégicos diante dos desafios econômicos”, explica Sathler.
Caminhos para 2020: afinal, quais as projeções para o mercado educacional?
Além de entrevistar Luciano Sathler, o blog também conversou com o especialista em inovação e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Arthur Igreja. Conheça agora as principais projeções deles para o mercado educacional em 2020.
- EaD e ensino híbrido crescem
O ano de 2020 será de resposta para as mudanças na portaria da legislação que fomenta o ensino à distância. Assim sendo, a estimativa é que que as modalidades à distância sigam crescendo. Em contrapartida, o ensino presencial deve manter-se estagnado ou apresentar queda na captação de alunos.
- Endurecimento do mercado e alta competitividade
Em síntese, o cenário econômico brasileiro ainda não apresentará uma recuperação. Sendo assim, o desafio do ano deve ser manter o foco, principalmente na gestão de custos e em diferenciais competitivos.
Os especialistas concordam que é imprescindível ter estratégias para não entrar na espiral do “varejão das mensalidades”. A guerra por preços baixos tem impactos muito diferentes, a depender do tamanho da instituição. Ou seja, é fundamental ter posicionamentos estratégicos de mercado para que essa não seja a única alternativa diante de cenários desafiadores.
- Mercado de trabalho e cenário econômico pautam as ofertas das IES
Paralelo ao desafio de implementar o EaD e o ensino híbrido nos parâmetros da nova legislação, está a demanda por ofertas relacionadas ao mercado de trabalho. Em resumo, com a lenta recuperação da economia, é preciso ofertar cursos atrativos que respondam às demandas de empregabilidade.
Sendo assim, os especialistas recomendam que as instituições de ensino reforcem a gestão analítica em 2020. Os gestores precisam acompanhar indicadores de desempenho, conhecer a concorrência e buscar criatividade e inovação para equilibrar os desafios da gestão de custos.
Conselhos dos especialistas para 2020
Informação, diálogo, gestão financeira e inteligência de mercado. Conheça agora os “conselhos de ouro” para os gestores educacionais em 2020.
Arthur Igreja:
Não caiam nas espirais de destruição de valor, pois essa não pode ser uma competição de quem cobra menos. Identifique novos nichos de atuação e busque soluções inovadoras. Este será um ano que exigirá muito dos gestores, portanto, encontre formas criativas de viabilizar novos modelos educacionais”.
Luciano Sathler:
“Estabeleça uma base de diálogo permanente com o aluno. Em cenários desafiadores é fundamental saber ouvi-lo, pois o aluno sempre será seu melhor crítico e parâmetro. Além disso, é importante que a IES esteja articulada com os formadores de opinião local. Meu conselho é conversar com o aluno e saber ler seu contexto local, articulando-se com a comunidade. É preciso manter um olhar para o todo”.
Então, preparado para 2020?
Comece este ano sabendo interpretar todo o cenário atual da educação privada. Acesse nossa retrospectiva da educação em 2019 e conheça também as tendências do setor para 2020. Atualize-se para enfrentar os desafios e trazer mais resultados para sua IES!