Veja a entrevista exclusiva que fizemos com o Cesar Rafael, Gestor de Comunicação e Marketing na Universidade Fumec, sobre os principais diferenciais do curso EaD para o ensino presencial adaptado em tempos de crise e veja como posicionar a sua instituição perante os alunos

Em meio ao cenário turbulento ocasionado pela crise do novo coronavírus, inúmeras instituições de ensino superior privadas tiveram que adaptar todo o seu cronograma de aulas, bem como o planejamento estratégico para o ano, de um dia para o outro.

A adaptação do ensino presencial foi um dos principais pontos de atenção para estas instituições, uma vez que, devido ao isolamento social, os alunos não poderiam cumprir com a sua carga horária dentro das instalações da IES. Para isso, gestores e docentes reuniram-se em caráter emergencial e, com o auxílio da tecnologia, implementaram o ensino híbrido para manter a prestação de serviços ao estudante remotamente.

Uma grande polêmica, no entanto, tem rondado os alunos que consideram a adaptação, uma nova versão do ensino à distância e pedem, por meio de movimentos estudantis, o ajuste no valor cobrado pelas mensalidades.

Pensando em esclarecer e auxiliar gestores a se posicionarem perante os alunos, quanto à esta polêmica, o blog Gestão trouxe o  especialista Cesar Rafael, Gestor de Comunicação e Marketing na Universidade Fumec, para responder a pergunta: o que realmente diferencia o curso EaD do ensino presencial adaptado e como comunicar esta informação para o estudante. Continue a leitura.

Como a Fumec se preparou para lidar com a crise?

Cesar Rafael conta que, quando a crise do COVID-19 explodiu, os setores estratégicos da instituição Fumec se adaptaram agilmente dentro do período de uma semana. A instituição, primeira a utilizar o Google For Education no estado de Minas Gerais, já contava, dentro de poucos dias, com aulas presenciais acontecendo via classroom, zoom e Google meet e docentes comunicando-se ativamente com os estudantes por meio de grupos de Whatsapp.

Disciplinas como as engenharias e o curso de design de moda tiveram suas aulas práticas suspensas, porém já com plano de reposição pronto para quando a instituição retomar a normalidade.

“Foi um verdadeiro aprendizado em conjunto. Nos esforçamos para realizar uma boa comunicação nas redes sociais e criamos uma espécie de campus virtual durante o período de crise.”

O que realmente diferencia o curso EaD do presencial adaptado para o híbrido?

Segundo o Gestor de Comunicação e Marketing na Universidade Fumec, existem inúmeras diferenças entre o ensino à distância e o presencial adaptado, como:

  • Enquanto no ensino à distância, o aluno realiza o curso “no seu tempo”, com maior flexibilização no prazo de entrega das atividades, no ensino presencial adaptado, o formato de ensino é síncrono. O que significa, que o curso continua a seguir um calendário de aulas exato em que os conteúdos são aplicados dentro do cronograma e as aulas não podem ser repostas. Existe uma lista de presença e caso se atrase ou deixe de comparecer, o estudante perderá parte do conteúdo e será punido com o registro do absenteísmo.
  • O conteúdo é outro! No módulo do ensino à distância, as aulas são gravadas em vídeo e os estudantes tem a sua disposição o material complementar para consulta. No ensino presencial adaptado, no entanto, as aulas acontecem ao vivo, com dia e hora marcada, por meio de aplicativos de interação como Zoom e Google Meet. Desta forma, o conteúdo é aplicado em tempo real, tal como aconteceria em sala de aula.
  • O contato com os professores é mais próximo no ensino presencial adaptado. Afinal, mesmo que não tenham disponível o contato presencial, os docentes ficam à disposição dos estudantes para dúvidas e acompanhamento de atividades, diferentemente do ensino à distância em que estes contam apenas com um tutor para comunicações e acompanhamentos esporádicos.

“O aluno continua consumindo o que está no contrato: ensino presencial de qualidade, com aulas ao vivo, professores à disposição e acompanhamento próximo. As aulas práticas que realmente não puderam ser adaptadas serão repostas tão logo as atividades voltem à normalidade.”

Com a adaptação do ensino presencial, houve economia?

Cesar Rafael alega que não, os gastos continuaram os mesmos para a Universidade Fumec. Afinal, instituições de ensino costumam, em sua maioria, adotar pelo modelo de compra de pacotes de energia e pagam este valor fixo de um jeito ou de outro, independente da movimentação na unidade.

Outro investimento que continua, impossibilitando portanto a instituição de obter economia com a crise, é o pagamento salarial dos professores, que à distância, seguem trabalhando na carga horária.

Em alguns casos, Cesar ainda alega que houve para as instituições de ensino privadas, ao contrário de economia, aumento de despesas. Com a adaptação do ensino presencial, foi necessário investir em plataformas de tecnologia para atender a demanda, o que necessitou de uma disposição financeira da IES. A própria central de atendimento da instituição, segue trabalhando mesmo em home office com a adaptação para o digital, por meio do uso de canais como o chat, o e-mail e o whatsapp.

E como os estudantes estão se comportando perante tantas adaptações?

Enquanto movimentos estudantis pela equiparação de valores cobrados pelos cursos acontecem pelo Brasil, outra parte da massa de estudantes se adaptaram facilmente, devido ao advento da tecnologia, e seguem obtendo excelente desempenho. Cesar acredita que isto se deve por serem, em sua maioria, uma geração mais facilmente inserida no universo virtual.

“Nós temos alunos que não conseguiram se adaptar, assim como em qualquer outra instituição, mas estamos lutando para evitar o trancamento de matrículas e oferecer condições para que estes alunos sigam estudando.”

Outro grande aprendizado para a Fumec, segundo Cesar, foi a adaptação dos próprios docentes.

“Alguns professores eram muito resistentes à inserção de novas tecnologias na educação e comprovamos, por meio desta experiência de adaptação, a necessidade de eles se conectarem mais com os alunos e evoluírem neste universo digital.”

Para a Fumec, este período de crise e adaptação para o universo remoto foi bastante produtivo e Cesar acredita que o ensino híbrido – misto entre a modalidade EaD e presencial – será a nova realidade para muitas instituições de ensino.

E você, como tem diferenciado os seus custos perante os estudantes? Comente aqui embaixo.

 

Marcelo Lima
por Marcelo Lima
Marcelo Lima trabalha para colocar estudantes na sala de aula há mais de 20 anos, como profissional de marketing educacional já trabalhou com mais 250 faculdades. É um dos pioneiros do EAD no Brasil e busca sempre os melhores conteúdos em forma de cases e novas ferramentas para os canais da Quero Educação.