Saiba como essa metodologia pode ser positiva na abordagem pedagógica de sua instituição

Se você está atualizado sobre os “jargões” da pedagogia, certamente já ouviu falar em metacognição. Caso ainda não conheça este conceito, está na hora de entender como ele pode ajudar alunos, professores e sua instituição de ensino.

A metacognição é o conjunto de conhecimentos que alguém pode desenvolver  sobre seu próprio processo de aprendizagem. Através do estímulo à autonomia, ela tem transformado a experiência e a performance de alunos e professores. 

Neste blogpost você vai entender como isso funciona. Além disso, vai conhecer o case de sucesso do Colégio de A a Z, que se utiliza da metacognição em seu projeto pedagógico. 

O que é metacognição?

Basicamente, a metacognição é sobre “aprender a aprender”. Nesse sentido, quando colocada em prática, a teoria tem comprovado: quanto mais uma pessoa reflete sobre seu aprendizado, maior e mais duradouro ele é. Em resumo, essa reflexão ajuda a melhorar a performance de alunos e a desenvolver a metodologia dos professores. 

Ficou curioso para entender isso na prática? Vamos conhecer o case do Colégio A a Z, no Rio de Janeiro. 

Metacognição na prática: a experiência do Colégio A a Z

Bruno Rabin, sócio-fundador do Colégio de AaZ ( Foto: Colégio de AaZ)

O AZ é uma instituição de ensino fundada em 2006, no Rio de Janeiro. Quando o colégio surgiu, a experiência dos quatro professores fundadores era, principalmente, em preparar alunos para as carreiras mais concorridas do vestibular. Dessa maneira, o conhecimento sobre a ciência do aprendizado tornou-se um norte do projeto. 

Hoje, em cada uma das sete unidades do AZ, mantém-se a essência da personalização e a qualidade de ensino, responsáveis por um projeto de formação completa.

O atual diretor acadêmico do Grupo SEB e um dos sócios fundadores do Colégio A a Z, Bruno Rabin é especialista em ciência do aprendizado. Ele é um estudioso da metacognição e conhece seus benefícios na prática.

Rabin concedeu uma entrevista ao nosso blog e falou sobre alguns pontos essenciais para entender esse conceito. Vamos conhecê-los?

  • A ilusão do domínio

A “ilusão de domínio” é a sensação de conhecimento que surge logo após o contato com um conteúdo transmitido de forma clara e didática. É aquela impressão de “Ah, agora entendi tudo” que ocorre quando estamos diante de um professor super didático. 

De acordo com diversos estudos, essa sensação é ilusória porque coloca os alunos em uma situação passiva. Segundo a teoria da metacognição, o verdadeiro aprendizado ocorre quando somos capazes de construir cada passo do raciocínio. Assim sendo, apenas acompanhar o raciocínio de alguém não é sinônimo de aprender. 

Em resumo, a ilusão de domínio – por ser ilusória – não nos impulsiona a fazer os esforços cognitivos necessários ao pensamento independente. Em contrapartida, o contrário disso é o que a metacognição propõe. Sendo assim, é preciso superar essa “ilusão” e criar estratégias de aprendizado personalizadas. 

  • A performance do professor x metacognição

Se o professor entende o que é a ilusão de domínio, ele pode desenvolver atividades que diminuam o conforto do didatismo. Ou seja, ele estimula o aluno a sair deste papel passivo de aprendizado. 

Da mesma forma, quando o estudante entende essa dinâmica, ele pode desenvolver hábitos de estudo mais efetivos. como, por exemplo:

  • Desconfiar sempre das situações em que sente ter entendido algo;
  • Realizar testes que deem feedback real sobre seu nível de aprendizado;
  • Ter menos desconforto diante do erro;
  • Buscar superar bloqueios de aprendizado invés de desistir e se limitar e etc.

Assim sendo, Bruno Rabin considera que trabalhar a metacognição é um ponto de partida para melhorar a performance dos docentes. “Quanto mais sabemos a respeito do funcionamento da mente humana e, particularmente, da forma como recebemos, processamos e armazenamos conhecimentos, mais eficaz podem ser os recursos e processos de ensino”, afirma. 

  • Foco no aluno e a personalização do ensino

estudante com caderno e livros na mão estudando em um processo metacognitivo, de uniforme escolar, olha direto para a câmera e sorri.

Alunos são diferentes entre si e, por isso, demandam processos de aprendizado diferentes. Essa é uma premissa para trabalhar a metacognição e é um dos diferenciais do A a Z: a escuta ativa das demandas dos estudantes. Para Rabin, o chamado “foco no cliente” pode ser considerado um dos “fatores de sucesso” do A a Z. 

 “Lá em 2005 isso já era um posicionamento necessário de diferenciação para nossos concorrentes. Escolas e cursos geralmente tratam os pais como clientes e ouvem menos os alunos do que deveriam. Desde o início, nós estivemos sempre muito perto dos estudantes. Toda a construção da nossa metodologia teve como premissa o aprendizado dos alunos, e não a mera transmissão de conteúdos”, explica. 

  • O perfil atual do aluno: tecnologia e aprendizagem

Desde o ensino básico até o superior, o perfil do aluno atual é conectado com as tecnologias e sedento por inovação. Sendo assim, um dos grandes desafios das instituições de ensino é criar aulas mais interativas e um currículo que faz uso eficiente da tecnologia. 

Esta também é uma pauta já contemplada no debate sobre metacognição. Assim sendo, gestores precisam ser estratégicos e saberem usar a tecnologia como aliada. 

De acordo com Bruno Rabin, vivemos em uma constante “disputa” pela atenção, e isso impacta sim no processo educacional. Em contrapartida, ele acredita que as tecnologias podem ser úteis na educação. Para ele, isso pode ocorrer em dois sentidos:

Curadoria

É preciso que haja a seleção daquilo que pode ter mais valor para cada pessoa, de forma a otimizar sua atenção;

Metodologia

Diante de tantas informações e possibilidades, é preciso investir no design de aprendizagem. Dessa maneira, haverá inteligência na seleção de conteúdos e nas experiências em que as pessoas efetivamente aprendem o que importa.

Na prática: como começar a implementar a metacognição na minha IE?

Agora que você já conhece o básico sobre o conceito de metacognição, é hora de praticar! De acordo com Bruno Rabin, você pode começar por esses três primeiros passos:

  1. Estude e capacite sua equipe

Busque livros e artigos científicos sobre neurociência e ciência do aprendizado. Estudar esse assunto é premissa fundamental para tentarmos evitar o viés do “bom senso” acumulado.

    2. Reveja suas próprias práticas

Tenha coragem e energia para modificar o que a metacognição já revelou não funcionar. Não adianta insistir em caminhos confortáveis, porém, ineficazes de ensino.

    3. Forme times multidisciplinares

Forme equipes de professores e coordenadores que discutam esses achados e criem oportunidades para a troca de boas práticas. Embora cada professor possa desenvolver sozinho suas experiências, é muito valioso contar com a “inteligência coletiva”. 

É hora de repensarmos a lógica pedagógica

estudante lê livro de costas para uma estante de livros semelhante a de uma biblioteca e sorri

A metacognição é o conhecimento que envolve a capacidade de perceber e refletir sobre os próprios processos mentais, ou seja, os processos cognitivos. Sendo assim, o professor atua como um importante mediador do processo. Afinal, é ele quem desenvolve as atividades que possibilitam ao aluno ser protagonista do aprendizado. 

A metacognição é uma possibilidade para os gestores que encaram os desafios e entendem que o foco no aluno é um diferencial competitivo. E então, o que acha de apresentar este conceito e aplicá-lo em sua IE?Acompanhe os conteúdos exclusivos no nosso blog e mantenha sua equipe sempre atualizada! Clique no banner abaixo para assinar nossa newsletter!

Marcelo Lima
por Marcelo Lima
Marcelo Lima trabalha para colocar estudantes na sala de aula há mais de 20 anos, como profissional de marketing educacional já trabalhou com mais 250 faculdades. É um dos pioneiros do EAD no Brasil e busca sempre os melhores conteúdos em forma de cases e novas ferramentas para os canais da Quero Educação.