No primeiro semestre de 2022.1, os cursos presenciais tiveram um aumento de ingressantes de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior. Saiba tudo sobre essa tendência de alta e quais são os pontos de atenção.

Recentemente, dois estudos sobre o mewrcado de educação me chamaram a atenção. O primeiro é da Educa Insights, empresa especializada em inteligência de dados educacionais, e a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), com a pesquisa “Observatório da Educação Superior: que cursos atraem mais os estudantes”.

Os resultados divulgados foram animadores: o número total de matrículas no Ensino Superior aumentou 35% neste primeiro semestre de captação (2022.1), em relação ao mesmo período do ano anterior.

Dentre as modalidades, a que teve maior crescimento no número de matrículas foi o semipresencial, com 43%, seguido do presencial, com 39% e, por fim, o ensino a distância (EaD), que aumentou “apenas” 22%.

Segundo o Celso Niskier, diretor-presidente da ABMES, esse salto menor do EaD se deu pela modalidade já partir de uma base muito maior do ano anterior do que as outras, que foram mais atingidas pelo contexto da pandemia.

Além disso, existe uma grande concentração em alguns poucos cursos, principalmente no presencial. De acordo com o estudo, 80% da demanda está concentrada em aproximadamente 12 cursos presenciais e 23 cursos em EaD.

Como visto, o semestre de 2022.1 parece ter ser o primeiro, desde o início da pandemia, em que podemos falar de uma recuperação do setor de Educação, pois seus resultados ficaram em patamares semelhantes aos da pré-pandemia. Porém, existem alguns pontos de atenção, principalmente em relação à modalidade presencial, para que essa tendência de alta se mantenha.

 

EaD: alto crescimento, alta evasão (ainda)

Como visto, o ensino a distância têm mantido altas taxas de crescimento. E, também, ganhado confiabilidade. Hoje, segundo o estudo, 78% dos alunos já consideram o EaD como uma opção viável de ensino, frente à 40% em 2020.

Porém, segundo Niskier, o EaD tem sofrido com um índice de evasão muito acima das outras modalidades, motivada, em grande parte, pelas dificuldades que o setor tem enfrentado em criar ambientes de aprendizagem com maior poder de engajamento.

Afinal, o EaD exige adequação e inovação tecnológica, com ferramentas de aprendizagem para personalizar a experiência do aluno.

Além disso, também exige, por parte do aluno, uma grande resiliência e capacidade de concentração, pois precisa dedicar-se aos estudos em aparelhos eletrônicos com fácil acesso a distrações.

Já em relação à inadimplência, as tendências mostram melhoras. Segundo Sólon Caldas, diretor-executivo da ABMES, essa dificuldade, tão presente durante a pandemia, já não representa um risco tão relevante para as IES.

 

Os preços de cursos presenciais subiram acima do IPCA

Já o segundo estudo estudo que citei, a “Pesquisa de Mensalidades Aplicadas no Ensino Superior 2022”, realizada pelo Instituto Semesp, mostra que o valor médio das mensalidades no primeiro semestre para cursos presenciais foi de R$ 1.112,00, um número 3,6 vezes maior que o de cursos EaD, que ficou na casa de R$ 305,00.

E a média de preços varia bastante, conforme a região:

Média de mensalidades por modalidade em cada região do Brasil

Regiões Presencial (R$) EaD (R$)
Centro-Oeste 1.235,00 288,00
Nordeste 988,00 302,00
Norte 1.287,00 297,00
Sudeste 971,00 298,00
Sul 1.433,00 325,00

 

Além disso, menos de 28% das IES particulares estão oferecendo algum tipo de desconto para os alunos ingressantes em cursos presenciais. Já no EaD, a parcela de IES que trabalham com descontos sobe para 41%.

Dentre as principais formas de desconto utilizadas, estão a pontualidade no pagamento, redução no valor da mensalidade nos primeiros seis meses e valor promocional na primeira mensalidade.

Em conversas recentes que tive com os gestores de algumas faculdades, como UVV, PUC-Campinas e Univali, todos foram unânimes em apontar que existe sim uma preferência das faculdades pelos cursos presenciais, mas também a maioria dos alunos que estão se matriculando têm dado preferência à modalidade. Eles enxergam uma necessidade, por parte dos estudantes, explicável pelos mais de dois anos em um contexto de pandemia, de comparecer à faculdade.

Porém, neste ponto, sabemos que a população brasileira tem sentido bastante o baque da inflação de produtos e serviços. E, em nossas pesquisas, temos visto que o setor da educação como um todo reajustou seus cursos, para o semestre 2022.2, com valores acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Talvez para aproveitar essa boa retomada com uma margem superior, diminuindo as eventuais perdas de semestres anteriores, em que os valores das ofertas de cursos ficaram, de certa forma, estagnados.

Esse é um ponto de atenção importante. Afinal, talvez o poder de compra da população não acompanhe esses reajustes praticados pelo setor e, com isso, os cursos presenciais sejam os grandes prejudicados, com alunos preferindo preferindo ingressar no EaD (que, como visto ganha cada vez mais confiabilidade), ou, então, deixando para ingressar na faculdade em um outro momento.

Por isso, adequar o preço das ofertas com descontos pontuais pode ser uma boa solução para as IES, pois, assim, o valor-base de balcão dos cursos não ficaria estagnado.

 

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Marcelo Lima
por Marcelo Lima
Marcelo Lima trabalha para colocar estudantes na sala de aula há mais de 20 anos, como profissional de marketing educacional já trabalhou com mais 250 faculdades. É um dos pioneiros do EAD no Brasil e busca sempre os melhores conteúdos em forma de cases e novas ferramentas para os canais da Quero Educação.