Especialista explica como o uso e gestão de dados está garantindo decisões assertivas e a melhoria da experiência do aluno
Uma pesquisa da TIC Domicílios revelou que cerca de 70% da população brasileira está conectada à internet. Cada aba que abrimos, aplicativos que utilizamos e conteúdo que consumimos deixa pistas sobre nossos hábitos e preferências. Essas pistas, no mundo virtual, se tornam dados, que já são considerados, hoje, como o ativo mais valioso de uma empresa.
A gestão de dados e o uso de deles tornou-se fundamental para diversos segmentos de negócios. No mercado educacional não seria diferente. O uso de dados tem se tornado o grande trunfo de sucesso das instituições de ensino. Afinal, quanto mais respaldo em dados tivermos, maiores são as chances de tomar decisões assertivas.
O avanço das tecnologias e a expansão das técnicas de Big Data e Analytics tem corroborado essa teoria.
Para entender melhor o tema, o blog da Quero Educação conversou com o maior nome da ciência de dados no Brasil, Ricardo Cappra. Queremos entender, afinal, como a gestão de dados pode otimizar processos e transformar a experiência do aluno.
O que é e para que serve a gestão de dados?
Em síntese, a gestão de dados é um outro nome para cultura data-driven nas organizações. Ou seja, é a gestão baseada no uso de registros e métricas sobre seus clientes e seu mercado para embasar decisões e reestruturar processos.
Como o nome mesmo já diz, a cultura data-driven é parte da cultura organizacional. Dessa maneira, o uso de dados não serve apenas para situações pontuais, mas sim como uma forma de gerir a instituição de ensino como um todo.
A capacidade de coletar, mensurar e acompanhar a evolução dos dados pode personalizar a experiência do aluno e maximizar a eficiência da gestão.
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Gestão de dados: conexão entre aluno e instituição de ensino
O cientista de dados Ricardo Cappra pesquisa o impacto do uso dos dados na sociedade e nos negócios. Ele é líder de uma comunidade global de cientistas e pesquisadores e especializados na área.
De acordo com Cappra, o momento atual é uma grande oportunidade de transformação para a educação. Para ele, a gestão de dados permite novas possibilidades de inovação, estratégias e a melhoria da experiência do aluno.
“Antes, o único espaço para se conectar com o aluno e entendê-lo era a sala de aula. No entanto, hoje nós ultrapassamos um limite físico e, agora, precisamos entender o aluno como um todo, a partir dos diversos ambientes de internet em que ele também está”, diz o pesquisador.
O uso de dados para tomar decisões na gestão educacional
Através da ciência de dados e da inteligência de mercado, diferentes sistemas podem ser criados. Para uma instituição de ensino, por exemplo, um sistema integrado é capaz de gerar informações que acompanham a jornada do aluno.
Dessa forma, a gestão de dados possibilita uma leitura mais completa e dinâmica sobre diferentes cenários. Estar munido de informações relevantes e atualizadas permite um processo de tomada de decisão mais seguro.
“Todos os jovens estão fornecendo informações durante suas experiências no digital. O gestor pode usar isso nas plataformas de ensino para direcionar conteúdo, para estratégias de retenção, entre outras coisas. É uma nova forma de conexão com o aluno e que possibilita a tomada de decisões baseadas nas experiências dele”, acrescenta Cappra.
Educação é sobre experiências
Com a recente expansão do EaD, o papel do professor tem sido uma pauta cada vez mais frequente nos debates sobre educação. Afinal, o uso das tecnologias está transformando a experiência em sala de aula.
Nesse sentido, a gestão direcionada aos dados também pode ser uma grande aliada do professor. De acordo com Ricardo Cappra, os docentes podem e devem usufruir do uso de dados para a tomada de decisões sobre o processo pedagógico.
“A educação sempre foi sobre experiência. Portanto, temos que nos aproximar da realidade do aluno. O professor já entendeu que não pode lutar contra a tecnologia, mas agora precisa saber usufruir dela como uma ferramenta de informação para tomar decisões”, diz.
A cultura data-driven e outros benefícios da gestão de dados
Além de proporcionar uma transformação na relação com o aluno, a gestão de dados também possibilita que a instituição de ensino:
- Entenda melhor e acompanhe os indicadores de desempenho da IE;
- Previna falhas e preveja cenários com mais precisão;
- Otimize processos da rotina de trabalho e reduza custos;
- Embase a criação de estratégias e campanhas de captação, matrículas e precificação;
- Conheça e entenda a concorrência no mercado educacional.
Em suma, a gestão de dados potencializa todo o dinamismo da tecnologia já presente no setor. Em um mercado competitivo e que varia de acordo com diferentes contextos, essa precisão significa melhoria de resultados.
Os novos rumos da gestão educacional
A gestão de dados está transformando o mercado educacional e possibilitando melhorias de processos. Para Ricardo Cappra, a expectativa em curto prazo é de que a cultura data-driven seja naturalmente incorporada nas organizações.
“Este é um caminho sem volta, pois temos muitos dados e temos que saber usá-los e interpretá-los. A gestão de dados não pode ser uma expertise isolada de um setor, mas sim algo disseminado entre nós. Os gestores que não tiverem um olhar analítico serão ultrapassados”, complementa Cappra.
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