Entenda o contexto atual de captação para o ensino superior privado e veja estratégias exclusivas para voltar a captar novos alunos após a crise

A crise do novo coronavírus, instaurada no Brasil desde o início deste ano, tem proporcionado inúmeros aprendizados ao setor educacional. Dentre os hábitos criados perante a nova realidade, em função das medidas preventivas de isolamento social, estão o ensino híbrido, o home office e o aprofundamento em estratégias de captação e retenção de novos estudantes.

Com o início da flexibilização do isolamento, é possível, portanto, vislumbrar novas perspectivas para o futuro das instituições de ensino privadas e descobrir as próximas tendências que irão perdurar até o início do próximo ano.

A seguir, confira um material exclusivo sobre o cenário atual do setor da educação no Brasil e as novas estratégias de captação de alunos, voltada para o período pós-crise.

O que nos espera no futuro pós-pandemia?

Embora ainda não existam previsões de retorno às aulas presenciais no Brasil, o secretário executivo do estado de São Paulo, Haroldo Rocha, por exemplo, prevê o retorno híbrido e em etapas. Assim como para a flexibilização e retorno dos comércios, a medida antevê o retorno de 20% dos estudantes nesta primeira etapa e 50% na segunda. O mesmo deve acontecer para o ensino superior.

O ensino híbrido, conhecido como uma junção das aulas presenciais com conteúdo à distância, será uma medida definitiva para muitos. Afinal, com o isolamento, muitas instituições de ensino enxergaram potencial na modalidade.

Segundo Cesar Rafael, Gestor de Comunicação e Marketing na Universidade Fumec, os docentes puderam se adaptar às novas tecnologias e já não tem resistência contra este modelo de ensino:

“Alguns professores eram muito resistentes à inserção de novas tecnologias na educação e comprovamos, por meio desta experiência de adaptação, a necessidade de eles se conectarem mais com os alunos e evoluírem neste universo digital.”

Já Sandro Caldeira, professor e palestrante, alega que a pandemia trouxe muitas dificuldades na manutenção do ensino superior, pois de uma maneira muito abrupta, os professores precisaram enfrentar o ensino à distância e que quebrar as resistências pois não havia outro caminho a seguir. Salienta que muitos professores foram de maneira forçada para o digital e, por fim, estão se adaptando e um fazendo trabalho incrível utilizando recursos pedagógicos que fazem sentido na prática docente para despertar a atenção do aluno.

Já em relação aos alunos, Sandro Caldeira acredita que o momento que estamos passando vai mudar a postura tanto daqueles que frequentam cursos presenciais quanto daqueles que estudam na modalidade de ensino à distância. Segundo ele, caso as instituições de ensino superior consigam, além de passar o conteúdo no modelo remoto ou presencial , mostrarem também aos alunos que eles podem fazer parte dessa nova construção do conhecimento, desenvolvendo um papel de protagonistas, eles se sentirão contribuindo para a formação de uma nova gestão educacional, e isso pode fazer toda a diferença.

De um modo geral, é evidente que a tecnologia continuará sendo uma grande aliada das instituições de ensino superior privadas durante e após o retorno à normalidade.

Contexto atual de captação de alunos devido à crise do novo coronavírus

Uma das consequências ocasionadas pela crise no país foi, sem dúvidas, o aumento dos índices de desemprego.

A taxa de desemprego do país foi de 12,2% no primeiro trimestre deste ano, atingindo 12,85 milhões de pessoas, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada no final do mês de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Este, inclusive, foi um dos fatores que afetou a performance das instituições de ensino superior, que enfrentaram o aumento da evasão e da inadimplência.

Para muitos gestores, a grande dificuldade é oportunizar modelos de renegociações financeiras que favoreçam a continuidade da matrícula dos estudantes, mas que não afetem o, já prejudicado, caixa da instituição.

Houve ainda a necessidade de investimentos em recursos de tecnologia para possibilitar a adaptação das aulas presenciais.

Como retomar a captação de alunos para a sua instituição de ensino

Segundo o que acredita Thiago Chaer, CEO e co-fundador da Future Education e consultor da Unidade de Inteligência de Mercado da The Economist, entre os desafios para atrair novos alunos em um período pós-pandemia, os principais serão entender a audiência, ter boa e moderna comunicação e menos burocracia.

Thiago comenta que como audiência, as instituições deverão entender com quem estão conversando, e isso tem a ver mais com o perfil integral do seu público do que com idade e gênero, por exemplo. Sob o ponto de vista da comunicação, será imprescindível apresentar uma proposta de valor real, evidenciando atributos, diferenciais e vantagens em relação às demais instituições, deixando de lado a proposta meramente comercial.

Ele diz ainda que para demonstrar ao seu público que poderá agregar valor, a instituição de ensino deverá ter em seu escopo metodologias bem pensadas e atraentes, que apontem para garantias de aprendizagem efetivas. Neste sentido, ter consciência e transparência para a educação híbrida, que será própria desse novo mundo que se desenha, com aulas presenciais e a distância.

Por último, mas não menos importante, o CEO e co-fundador da Future Education alega que aplicar processos menos burocráticos e traumáticos, permitindo acompanhamento, tornará fácil o acesso à matrícula do aluno que deseja ingressar na instituição.

Dentre outras estratégias para voltar a captar novos alunos após a crise, estão:

  • Repense o seu catálogo de cursos: um dos grandes aprendizados proporcionados pela crise foi, sem dúvidas, a necessidade da constante modernização. Direcionar a estratégia para o que o estudante deseja e precisa agora, é a melhor saída para uma captação eficaz. É importante estudar e entender a demanda do mercado. para inserir no catálogo os cursos que serão mais procurados daqui por diante.
  • Realize campanhas em mídias digitais: com as medidas de isolamento social, ficou claro para muitos especialistas que o investimento em mídia offline e em canais como outdoors, por exemplo, é uma perda de dinheiro. Os resultados adquiridos em campanhas realizadas nas mídias sociais tem sido o grande destaque deste período. Afinal, os potenciais estudantes, independente da idade que possuem, estão sempre conectados. Agora mais do que nunca.
  • Automatize a captação: por meio da tecnologia e da inteligência artificial será necessário, cada vez mais, automatizar os processos de captação, desde o contato inicial do aluno com a marca, até à efetivação da sua matrícula. E-mail marketing, qualificação de leads por meio do funil de vendas, comunicação via chatbots e etc, serão os grandes aliados das instituições.
  • Segmente e humanize o atendimento ao aluno: em momentos delicados como o que estamos vivenciando hoje, é extremamente importante segmentar o atendimento de acordo com o cenário e realidade dos alunos. Além disso, humanizar e tornar o atendimento cada vez mais empático, será a grande sacada das instituições de ensino, que precisarão lidar com inúmeros estudantes desempregados e sem condições mínimas de pagar pelos seus estudos.  A crise pede, portanto, um atendimento mais próximo.
  • Flexibilize os meios de pagamento: disponibilizar descontos, isentar as taxas de matrícula, postergar e possibilitar o parcelamento de parcelas será essencial. A Quero Educação conta, por exemplo, com o seguro que cobre as mensalidades dos estudantes em caso de desemprego e com o sistema de parcelamento, que torna possível o financiamento das mensalidades, sem a necessidade de um alto investimento por parte das instituições de ensino.
  • Invista no EaD: por fim, mas não menos importante, está a grande oportunidade de captação no ensino à distância. Outrora ignorado pelo mercado, o EaD se tornou, durante a crise, a menina dos olhos das instituições de ensino devido ao baixo custo da operação e também, da disponibilização dos estudos online. A dica é investir em melhorias de plataforma, conteúdos e tutorias, para se destacar perante a concorrência.

As instituições de ensino deverão se reinventar para captar

Desde que foi decretada a pandemia, o setor educacional ainda vivencia um período de adaptação. No entanto, apesar do cenário instável, é possível reagir de maneira positiva, seu time precisa estar bem informado sobre como a crise impacta o setor educacional. Dessa maneira, os gestores minimizam medos, mitos e aproximam o time da realidade e do que pode ser feito na prática.

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Natasha Monteiro
por Natasha Monteiro