Conheça as novas possibilidades do modelo de ensino híbrido e saiba como aplicá-lo
Com a recente expansão da EaD no Brasil, o ensino híbrido passou a ser uma forte tendência na educação. Afinal, diversas ferramentas tecnológicas já estão presentes na sala de aula e no cotidiano dos estudantes.
No entanto, muitas pessoas ainda confundem este conceito com o ensino à distância e suas metodologias. Pensando nisso, o blog conversou com especialistas sobre as particularidades e os benefícios do ensino híbrido.
Afinal, o que é ensino híbrido?
O ensino híbrido é a combinação de duas modalidades de ensino em um só curso ou disciplina: presencial e online. Sendo assim, ele proporciona diferentes experiências para o aluno e novas possibilidades para o projeto pedagógico da IES.
Em 2018, o Ministério da Educação atualizou parte da legislação que regulava o EaD. Em resumo, o Governo aumentou para 40% a carga horária máxima permitida para aulas a distância na graduação. Desde então, os cursos de graduação – exceto áreas da saúde e engenharia – podem ter até 40% de sua carga horária a distância.
A medida impactou diretamente o mercado educacional, aumentou a demanda pelo ensino híbrido e fortaleceu a tendência. Em síntese, esta modalidade mistura a prática em sala de aula com aulas online e o uso da tecnologia para tarefas e avaliações à distância.
Aprender no ambiente online?
Um elemento central na discussão sobre o ensino híbrido é a experiência do aluno. Afinal, nesta modalidade ele precisa assumir seu protagonismo em grande parte do processo de aprendizagem.
A professora e Doutora em Educação pela PUC-Rio, Andrea Ramal, reforça este ponto. Para ela, o ensino híbrido confere ao estudante mais autonomia, pois estimula parte dos princípios de flexibilidade e personalização da experiência.
“Os estudantes de hoje em dia são cidadãos da cibercultura. Através da internet e da tecnologia, eles se relacionam com o conhecimento de forma mais ativa. O processo de aprendizagem não é mais linear como era entendido em outras décadas. Sendo assim, o ensino híbrido permite ao estudante estar mais alinhado com novas formas de aprender”, explica a pesquisadora.
O papel do professor no ensino híbrido
Apesar das inúmeras funcionalidades da tecnologia, o professor ganha ainda mais relevância no ensino híbrido. Para Andrea Ramal, o docente assume um novo papel em sala de aula, aproveitando ao máximo o tempo com os estudantes.
“No ensino híbrido, o tempo com o professor é ainda mais valorizado. Isso ocorre porque em vez de usar aquele momento para expor conteúdos, ele se dedica mais a orientar, propor desafios e moderar debates”, explica.
Além disso, de acordo com ela, o professor atua como um “arquiteto cognitivo”. Ou seja, é dele a missão de selecionar materiais e estratégias para cada momento da jornada de aprendizagem. Dessa forma, aprender continua sendo um percurso conjunto, mesmo com parte da carga horária à distância.
Ensino híbrido: solução para as demandas do aluno atual
Assim como o EaD, o ensino híbrido atende demandas atuais de diferentes perfis de estudantes. Para o aluno, é uma alternativa para flexibilizar o tempo e a logística que envolve o deslocamento diário para um espaço físico.
Dessa forma, estudantes que trabalham ou possuem outras demandas familiares conseguem conciliar estas questões com a formação. Além disso, como já mencionado, este modelo traz ao aluno mais autonomia para administrar seu próprio processo de aprendizagem.
Para o Diretor de Ética e Qualidade da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), Janes Fidelis Tomelin, o ensino híbrido faz parte de um conjunto de tendências que integram educação e tecnologia. “Entendemos que há algo que une as inovações do setor: uma educação flexível com diferentes alternativas e oportunidade de aprendizagem, com distintas composições de tempo, espaço, tecnologias e recursos de interação”, afirma.
Na prática, quais os desafios para as instituições de ensino?
De acordo com Janes Fidelis, para implementar o ensino híbrido, os gestores precisam priorizar a composição das metodologias. Ele também é Pró-Reitor de Ensino EAD da UNICESUMAR e conhece os desafios de atuar na adaptação de uma grade curricular ou na criação de um curso, por exemplo.
“É preciso definir com clareza uma metodologia como identidade pedagógica. Em resumo, os gestores precisam construir junto com a comunidade acadêmica a melhor forma de usar as ferramentas tecnológicas”, explica o Fidelis.
Conheça alguns pontos iniciais a serem trabalhados na implementação do ensino híbrido:
- Pesquisa de experiências em outras IES e reestruturação do projeto pedagógico;
- Reestruturação e/ou implementação do uso de laboratórios, simuladores ou plataformas online;
- Capacitação de professores e/ou tutores;
- Planejamento de estratégias adicionais aos encontros presenciais etc.
Além de atender um novo perfil de aluno, o ensino híbrido pode auxiliar na atração e retenção de estudantes para a IES. “Um planejamento pedagógico consistente, com uma diretriz viável e devidamente documentada, reflete sim em novas oportunidades para a IES”, diz Fidelis.
Novos modelos para otimizar processos e resultados
Expansão do EaD, diferentes perfis de alunos, alta concorrência e a tecnologia como ferramenta de aprendizado. Esses são apenas alguns dos motivos que tem fortalecido o ensino híbrido no mercado educacional.
A modalidade de ensino que está conquistando cada vez mais espaço nas IES está transformando o olhar de gestores e alunos para novas possibilidades. Além de oportunizar inovação, manter um curso híbrido pode otimizar processos de gestão e reduzir custos. Então, sua IES já está trabalhando essa nova oportunidade?
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