Conheça a metodologia de aprendizagem ativa e inove a sua instituição de ensino
A aprendizagem ativa consiste em um conjunto de práticas pedagógicas que abordam o processo de ensino-aprendizagem sob uma perspectiva diferente dos métodos tradicionais.
Muitos pesquisadores e profissionais da educação, como professores e pedagogos do mundo todo, têm diagnosticado que o modelo tradicional de aulas expositivas – em que os alunos sentados em suas carteiras assistem à explicação do professor, que fica a frente da turma – não atende mais às necessidades da sociedade atual.
O filme dirigido por Laurent Cantet, “Entre os Muros da Escola”, vencedor do prêmio Palma de Ouro do Festival de Canes em 2008, mostra o desafio enfrentado por um professor de língua francesa para estimular o aprendizado em uma turma do Ensino Médio na periferia parisiense.
O longa faz uma crítica ao modelo tradicional de educação, que prejudica tanto os docentes quanto os estudantes. Confira, no vídeo abaixo, um pouco mais sobre esse filme:
O estilo mais tradicional de ensino, ainda adotado pela maioria das escolas, acaba transmitindo um conhecimento que, para os dias de hoje, é superficial e insuficiente.
Ou seja, pouco se ensina e não desenvolve as habilidades e competências necessárias para esse século.
Mas o que tudo isso tem a ver com o ensino de língua estrangeira nas escolas de idiomas?
Para todos os tipos de conhecimento, sejam eles da educação básica, do ensino superior, técnico ou até mesmo de um curso específico, como o de idiomas, esses conceitos de ensino tradicional e a aprendizagem ativa são totalmente aplicáveis.
As escolas de idiomas também possuem um jeito tradicional de ensinar uma língua estrangeira, mas essa metodologia também vem sendo questionada, como você observará no próximo tópico deste artigo.
Os erros do método tradicional no ensino de idiomas
Para o professor Maximiliano Gonçalves, diretor geral da Max English, as escolas de idiomas costumam cometer 3 erros no ensino de uma língua estrangeira:
1 – Níveis
Acreditam que aluno precisa compreender os conteúdos sempre do nível menor para o maior, começando no nível básico para, depois de muito tempo de curso, chegar ao nível intermediário.
O conteúdo geralmente ensinado nos níveis mais avançados é ignorado, mesmo que parta do próprio aluno o interesse por esses tópicos.
Por exemplo: um aluno do nível básico está motivado no curso de inglês e deseja reproduzir o seu texto do tempo presente, conteúdo ensinado neste nível, já querendo utilizar o tempo passado de alguns verbos, mas é desestimulado pelo professor, que afirma que o aluno aprenderá esse conteúdo apenas no nível intermediário, dali a 4 semestres.
2 – Ordem
O idioma é ensinado sempre na ordem gramatical exata. Com exemplo do inglês, o aluno primeiro aprende Simple Presente, Present Continuous, depois Simple Future e, somente mais tarde, Present Perfect.
Segundo o professor Maximiliano, não existe o constante treinamento de tudo ao mesmo tempo durante as aulas.
“Para que o ensino de um idioma seja realmente efetivo e que o aluno evolua rapidamente, é necessário criar uma comunicação real e dinâmica, utilizando vários tempos verbais, preposições etc., e não por meio de um ensino ‘a conta gotas’, em pequenos blocos”, explica.
3 – Decorar
O aprendizado se resume em memorizar, decorar e repetir tudo excessivamente, tentando fazer com que o aluno fale o idioma como um robô.
Ao se comunicar em uma viagem, por exemplo, o aluno se frustra e se decepciona ao perceber que aprendeu tudo através de um monte de repetições, e não de um entendimento real da língua.
Tudo que foge do padrão das frases prontas, então, acaba se mostrando como uma dificuldade para a compreensão do estudante.
Leia também: Qual é o melhor método para ensinar inglês?
O aluno como agente ativo do conhecimento
Enquanto no sistema tradicional se espera que o professor ensine e o aluno aprenda, isto é, que haja uma relação passiva por parte dos estudantes, nas práticas da aprendizagem ativa os alunos desempenham um papel ativo e dinâmico no processo de ensino-aprendizagem.
Segundo o professor Ricardo R. Gudwin, do Departamento de Engenharia de Computação e Automação Industrial (DCA) da UNICAMP, na aprendizagem ativa o aluno deve engajar-se de maneira proativa na aquisição do conhecimento, com foco em seus objetivos.
Isso muito se assemelha à visão freireana de que a educação deve ser um processo libertador, que estimula a criatividade, proatividade e criticidade do aluno.
Nessa perspectiva, sob a orientação do professor, o aluno é agente da construção de seu próprio conhecimento.
Essas características da aprendizagem ativa também podem ser aplicadas no ensino de uma língua estrangeira.
Como aplicar a aprendizagem ativa no ensino de idiomas?
A seguir, você confere algumas práticas da aprendizagem ativa aplicadas ao ensino de idiomas:
1 – Plano de desenvolvimento geral e individual
Por meio das avaliações escolares e teste de nivelamento, os educadores podem verificar as principais dificuldades de cada turma e aluno, podendo, assim, elaborar um plano de desenvolvimento de conteúdo para a turma em geral e, também, para cada aluno em particular.
2 – Avaliação personalizada
Seguindo o plano de desenvolvimento sugerido no item anterior, junto a um acompanhamento pessoal do aluno, as avaliações personalizadas, adaptadas à realidade e ritmo do aluno, desempenham um melhor papel na mensuração do ensino-aprendizado e proporcionam uma otimização das ações específicas para o desenvolvimento de cada aluno.
3 – Relacionamento com o aluno
O gestor de uma escola de idiomas precisa demonstrar interesse em conhecer de perto os alunos e seus familiares e saber ouvir o que eles têm a dizer.
Um relacionamento pessoal estimula a segurança e o esforço individual do aluno em aprender e a apresentar suas dificuldades.
4 – Atividades que estimulem a autonomia
Não se deve apenas mandar o aluno executar as atividades, como os comuns diálogos propostos nos materiais didáticos, por exemplo.
É preciso envolver os alunos na organização e planejamento de trabalhos e pesquisas, para que exerçam a iniciativa e tenham liberdade de escolha também para os assuntos e temáticas que desejam aprender.
5 – Atividades que exercitem a comunicação
No ensino de um idioma estrangeiro, é fundamental exercitar a capacidade de comunicação e expressão.
Entretanto, há muita timidez do alunos, movida principalmente pela insegurança e autodepreciação, quando solicitado que se comuniquem em um idioma estrangeiro com o restante da turma.
Por esse motivo, o processo deve gerar empatia e abertura para toda a turma.
6 – Atividades comuns e opcionais
A oferta de atividades comuns a todos os alunos e outras que são opcionais facilitam o aprendizado de conteúdos específico.
Por se tratar de atividades extras e opcionais, o aluno adquire autonomia para se inscrever, caso assim deseje, o que estimula o aprendizado ativo.
7 – Acompanhamento em sala
Em vez de se dedicar prioritariamente aos alunos que avançam mais rapidamente, como geralmente acontece nos métodos tradicionais, o professor precisa dar atenção a todos os estudantes e a cada aluno em particular, considerando suas necessidades específicas, a fim de que todos os alunos cresçam e evoluam.
8 – Terapias e métodos terapêuticos
Conforme explica o professor Maximiliano da Max English, a escola que dirige baseia todo seu trabalho através da aplicação não apenas de diversas metodologias de aprendizagem ativa, mas também de terapias e métodos terapêuticos.
Isso serve como forma de auxiliar e orientar o aluno em um trabalho de autovalorização, motivação para estudar e superação de traumas e medos que dificultam o aprendizado.
Dentre essas práticas, se destacam a psicoterapia, a programação neurolinguista e as metodologias direta, sociointeracionista e de vivências experimentais através de atividades culturais e experiências reais no uso da língua.
Dica de leitura: Como abrir uma escola de idiomas?
Para lembrar
Se você chegou até aqui, é porque entendeu a importância de se procurar métodos pedagógicos alternativos e inovadores para uma escola de idiomas.
Com o aumento da concorrência e das novas exigências do público e do mercado, uma instituição que acompanha a evolução do ensino e oferece práticas modernas e transformadoras certamente conseguirá se destacar e atrair muito mais alunos.
As práticas da aprendizagem ativa buscam métodos pedagógicos que estimulam a participação proativa dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, valorizando a autonomia e a criatividade dos estudantes.
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