Leia o artigo do nosso colunista convidado Renan Antônio da Silva, Doutor em Educação Escolar pela Unesp, sobre a importância da educação.
Nas ultimas décadas, o amor se distanciou da escola, construindo um hall de saberes bastante distinto das realidades escolares, criando jovens preparados para o mercado de trabalho, mas que com tal preparo, levados pela correria, números e tudo mais, se esquecem da importância do “viver educacional”.
O pior, é que até mesmo a ciência deixou de lado tal amor.
A preocupação com o mercado de trabalho e a realização de pesquisas contemporâneas fez com que o espaço escolar se voltasse para estudos essencialmente empíricos.
Um exemplo bastante claro é o aumento de pesquisas relacionadas à área pedagógica, tema bastante em voga nas ultimas décadas, que muitas vezes são pesquisados por cientistas que estão fora da sala de aula.
A necessidade de se pensar e desenvolver o amor pelo âmbito escolar, levando em consideração a importância da educação, surge concomitantemente com o mérito de se discutir os novos rumos e regras que estão por vir ou que já foram aprovados.
Essa discussão leva a dois questionamentos ainda mais complexos, qual a relevância deste amor? Quais os rumos de tais mudanças?
Partindo do principio que cabe a pedagogia ser a matéria que construirá os primeiros contatos dos alunos com interpretações da realidade e da natureza, é importante compreender tal ciência presente sendo situada historicamente, permitindo uma análise temporal e espacial de fenômenos observados e vivenciados, até mesmo com as modificações apresentadas diariamente.
Dentro dessa perspectiva, cabe questionar quais os conteúdos, conhecimentos e saberes relevantes da pedagogia cabem ser ensinados? Mudamos tudo com tais renovações?
Como um dos diversos efeitos do processo da mundialização observa-se um grande dinamismo de informação proporcionado pelo desenvolvimento tecnológico e pelo aperfeiçoamento dos meios de comunicação. Deste modo o
volume de informação a que todos estão sujeitos diariamente é demasiada e por vezes compreender os fenômenos da realidade em que estamos inseridos se torna cada vez mais complexo.
A pedagogia não esta alheia a esse processo de mudanças.
Ela é essencialmente dinâmica, seja temporal ou espacialmente. Deste modo, quando se trabalha a pedagogia (em pequenas ou grandes escolas) é importante termos em mente que se trata de um conceito que acompanha o tempo e o espaço em que se está inserido.
Podemos admitir que tal fenômeno constitui um paradigma para a compreensão dos diferentes aspectos da realidade contemporânea.
Frequentemente define-se a pedagogia como um recorte da realidade, entretanto, é muito mais que apenas um recorte, é um conceito e também uma categoria de análise social. De modo que observamos na realidade pedagógica
(ensino e vivência), uma constante dicotomia entre aspectos humanos, naturais e sociais. Cada um possui uma maneira especifica de observar, apreender e se expressar.
Existe uma grande importância na construção de novas práticas pedagógicas nos conceitos/conhecimentos prévios de cada aluno, para desenvolvermos da melhor forma possível, o diálogo entre os saberes prévios de cada educando com os conhecimentos científicos e escolares, como forma de fomento ao processo de ensino-aprendizagem dos conceitos.
Cada uma possui um conjunto de saberes específicos de si que não deve interferir um ao outro, mas se complementarem em diversos momentos. Deste modo percebe-se que não há uma filiação direta entre os resultados e métodos validados em um determinado campo científico e os saberes escolares.
A escola só deve ensinar saberes escolarizáveis, ou seja, conhecimentos que estão de acordo com o funcionamento da cultura escolar.
Esta abordagem é marcada fundamentalmente por diversas mediações dentro e fora da sala de aula, relacionando constantemente os saberes dos alunos com o do professor.
Saberes escolarizáveis e vivência educacional, caso estejam unidas, formam um conceito de suma importância: o amor!
Este amor visto no início deste texto e lembrado logo no final. A importância da educação está na vivência diária de quem necessita aprender, e de quem aprende para viver.